sábado, 11 de janeiro de 2014

Violões clássicos de luthiers a venda

Caros colegas, as imagens abaixo são de dois violões clássicos de luthiers a venda pelo canal Baú do Violonista. Os luthiers Raimundo Saraiva e José Domingos Domingues/José Rofrigues assinam esses dois violões que estão entre R$4000 a R$6000. O Baú do violonista trabalha com violões desses luthiers e também com J. Sforcin, Stival Forti, entre outros.

O pagamento é via boleto bancário, em até 12x. Os violões estão em excelente estado de conservação, sendo um de jacarandá da Bahia e o outro de pau ferro.


Aguardamos seu contato:

(15) 9 9102 2389
(15)3011 9012




terça-feira, 21 de agosto de 2012

Encerramento das Atividades

Caros colegas, alunos e parceiros profissionais. Como já se podia prever ao se notar a desatualização do blog, venho anunciar a descontinuidade de atualizações.

Como foi anunciado em reunião que participei do Projeto Mais Cultura, aquela Orquestra de Violões morreu para dar lugar a uma específica do Projeto. Não pude fazer nada dentro, mas agora fora é possível que eu venha a assumir um papel que nunca deveria ter deixado de lado que é o de cidadão e de empreendedor. Os serviços públicos são como bicicletas. Depende da capacidade intelectual e conscientização para mover os pedais dessa bicicleta e colocar no lugar certo. Fico entristecido pelos colegas e mestres envolvidos. A desvalorização do trabalho de anos feito pelo ilustre professor Maestro Pedro Bueno Cameron, e pelo sistema atual fajuto que empurraram meu colega Professor Jose Marcos Rodrigues que com suas forças procura ainda dar um lugar de dignidade aos remanescentes desse trabalho. É lamentável imaginar que nossa cultura nacional tenha tantos anos de estrada, e ainda vive uma lastimável imaturidade.

Aqueles que apreciaram o trabalho desse blog, ele estará ainda disponível, contudo com postagens em revisão. Também anexarei a outros blogs existentes principalmente para atender àqueles que gostariam de continuar a fazer aula.

A todos, obrigado.


Antonio Henrique Pires Bueno

segunda-feira, 27 de dezembro de 2010

Vídeo: Concurso de Construção Artesanal de Violões do Conservatório de Tatuí

Chamada TV TEM Sorocaba sobre o concurso de Liutheria de violões. Ao final, a reportagem conversa com Joacir de Carvalho, um dos melhores luthiers de instrumentos de cordas dedilhadas do Brasil.

quinta-feira, 2 de dezembro de 2010

Artigo: O Violão Brasileiro

O Violão Brasileiro
por Fábio Zanon

(Acesse o blog e escute os programas da Rádio Cultura FM enquanto lê)


Como o café e o futebol, o violão está indissociavelmente ligado a uma visão sócio-cultural do Brasil, e nossa identidade musical é impensável sem a sua presença. E não é para menos. Instrumentos da família do violão foram já trazidos pelos jesuítas e usados na catequese, e José Ramos Tinhorão afirma que “todos os exemplos de cantigas urbanas entoadas a solo por aqueles inícios do século XVI revelam em comum o acompanhamento ao som de viola”.

Dessa forma, desde o primeiro encontro que define nossa identidade cultural, o violão está presente. Mas sua trajetória é tortuosa. O violão em seu formato atual é, na verdade, um desenvolvimento organológico do séc. XIX. Os instrumentos trazidos pelos jesuítas provavelmente foram as vihuelas, alaúdes e violas – as quais, simplificadas, tornaram-se guitarras barrocas - que, levadas ao interior do país pelos bandeirantes, foram adotadas como o instrumento folclórico nacional por excelência: a viola caipira. Isto, conjugado à marcada diferença cultural entre as classes sociais no período imperial, estigmatizou o violão – como acontecia na Espanha – como o instrumento do populacho, dos capadócios e da marginalidade, em oposição ao piano, que realizava um ideal de bom tom das famílias urbanas mais abastadas.

Até a metade do séc. XIX há uma certa confusão, como atestam as Memórias de um Sargento de Milícias, entre a viola e o violão, mas depois de 1850 já fica clara a diferença entre a viola, um instrumento tipicamente sertanejo, e o violão, ou a guitarra francesa (como era chamada nos métodos à venda no Rio de Janeiro), instrumento favorecido no acompanhamento do cancioneiro popular de tradição urbana. Até este momento, não há uma literatura específica para o instrumento publicada no país; os exemplos existentes são escritos para piano, sem dúvida pelo fato de não haver violonistas capazes de ler música.

O violão também foi adotado como baixo-contínuo dos incipientes grupos de choro, e a má fama decorrente é festejada nos romances de Lima Barreto. Os primeiros defensores sérios do violão como instrumento de concerto, como o engenheiro Clementino Lisboa, o desembargador Itabaiana e o professor Alfredo Imenes, heroicamente se sujeitaram ao ridículo público ao se apresentarem, por exemplo, no Clube Mozart, centro musical da elite carioca.

Os primeiros concertos de violão solo documentados no país foram oferecidos pelo violonista cubano Gil Orozco em 1904 e não chegaram a atrair muita atenção, mas supõe-se que já há um ensino sério de violão clássico nesta época, já que Villa-Lobos admitiu haver aprendido violão pelos métodos do espanhol Dionísio Aguado (1784-1849). Entretanto, aquele que podemos apontar como o primeiro concertista brasileiro não sabia ler música e tocava com o violão invertido, mas com as cordas em posição normal: Américo Jacomino, o “Canhoto” (1889-1928). Canhoto era filho de italianos, o que ilustra uma nova tendência de popularização do violão: a sua adoção pela classe operária imigrante. Não é um mero acidente os luthiers Di Giorgio, Del Vecchio e Giannini terem se estabelecido no Brasil e transformado sua atividade artesanal em linha de produção de instrumentos dentro de poucas décadas. Mas o violão continua sendo ridicularizado na imprensa, como alvo de charges derrogatórias, apesar do enorme sucesso popular de violonistas-compositores como João Pernambuco (1883-1947).

O ano da virada da casaca é 1916, quando o crítico do jornal O Estado de São Paulo ouviu e se rendeu à arte do virtuose e compositor paraguaio Agustín Barrios (1885-1944), que residiu no Brasil em decorrência de seu sucesso. No mesmo ano, Canhoto apresentou-se no Conservatório Dramático e Musical com extraordinário êxito.

“É através deste concerto que Américo Jacomino conquista a elite paulistana e assim, possibilitando o início da dissolução do preconceito que freava o desenvolvimento da música para violão”.

A partir de então, a imprensa de São Paulo e do Rio de Janeiro passou a considerar o violão como instrumento de concerto e até a elogiar Barrios, Canhoto e a espanhola Josefina Robledo, aluna de Tarrega que também residiu no Brasil por vários anos.

Como vemos, talvez surpreendentemente, o violão como instrumento de concerto ainda não completou 100 anos no Brasil, o que faz da vulcânica personalidade de Heitor Villa-Lobos (1887-1959) um fenômeno ainda mais singular. As contingências sócio-culturais fizeram com que seu instrumento público fosse o violoncelo e que o violão fosse somente um laboratório de fundo-de-quintal, que ele utilizava para penetrar nas rodas de choro. A maior parte das obras que escreveu antes de 1920 perdeu-se, e a Suíte Popular Brasileira (1912-23) só foi publicada décadas mais tarde – à sua revelia – na França. É uma obra característica do período, onde a fronteira entre o idioma clássico e as formas de dança popular não é muito nítida.

Por mais original e promissora que possa parecer a produção da primeira fase de Villa-Lobos, até 1922, há uma nítida mudança de marcha em sua estética que coincide com a residência em Paris nos anos ´20, um fenômeno observado em outros compositores de orientação nacionalista. Parece que a distância e a receptividade do novo ambiente lhe permitiram realizar uma síntese entre uma visão pragmática, que aceita a superposição de influências externas como uma profecia auto-realizada em uma cultura colonizada, e uma visão idealizada, derivada de Rousseau, em que o compositor se via como um bom selvagem, corrompido por estas mesmas influências. A formidável série de Choros, as maiores obras para piano e os 12 Estudos para violão, compostos em 1929, são os frutos mais suculentos dessa síntese.

Seria absolutamente impensável a realização desta obra dentro do contexto acanhado do violão clássico no Brasil dos anos 20. Por mais divergências que Villa-Lobos possa ter tido com o dedicatário, Andrés Segovia, a personagem dominante do violão no século XX, foi, sem dúvida, o vislumbre das possibilidades latentes do violão, permitido pelo extraordinário poder persuasivo de Segovia, que estimulou Villa-Lobos a escrever uma coleção comparável às grandes séries de estudos para piano ou violino. Não é exagero dizer que os 12 Estudos são um divisor de águas dentro da história do violão. De todos os compositores que escreveram inspirados pela arte de Segovia, Villa-Lobos é o único que parte de um conhecimento em primeira mão do arcabouço técnico do instrumento para a realização de uma linguagem individual, que incorpora uma luxuriante paleta harmônica e um compromisso com a inovação no discurso musical. Prova da qualidade visionária destas obras é a espera, até 1947, para que Segovia as incluísse em seus programas e até 1953 para que fossem publicados. Neste hiato, Villa-Lobos já havia retornado definitivamente ao Brasil, e sua linguagem havia dado uma guinada na direção de um certo conservadorismo positivista e neo-clássico que pode ser detectado na sua série de 5 Prelúdios (1940).

O legado de Villa-Lobos é tanto uma benção como um peso para os compositores da geração posterior. Seus Prelúdios e Estudos são as obras mais populares do violão no séc. XX, tocados por todos os violonistas de qualquer nível de excelência, e gravados centenas de vezes. Seu Concerto para violão e orquestra de 1951 é uma das poucas obras brasileiras, talvez a única, com lugar assegurado no repertório internacional do gênero. As possibilidades de reconhecimento internacional, assim abertas para um compositor brasileiro, podem ser um tremendo fator de inibição, pelo temor à epigonia.

Some-se a isso o fato de que uma sólida cultura clássica para o violão ainda tardou algumas décadas para cristalizar-se no Brasil. O perfil de Barrios ou Canhoto não era suficientemente “clássico” para o projeto artístico de Villa-Lobos, e a importante contribuição de professores como Attilio Bernardini (1888-1975) teve conseqüências mais visíveis no campo do violão popular. A distinção entre o violão de concerto e o violão popular foi gradualmente se acentuando nos anos 1930, 40 e 50 e alguns dos músicos de maior visibilidade, como Dilermando Reis (1916-1977), Aníbal Augusto Sardinha, o “Garoto” (1915-1955), e Laurindo de Almeida (1917-1995), construíram quase que a totalidade de suas carreiras à sombra da Era do Rádio, criando um vasto repertório seresteiro no caso de Dilermando, incorporando alguns elementos impressionistas que apontam para a bossa-nova no caso de Garoto, ou simplesmente estabelecendo-se nos EUA como um músico de jazz no caso de Laurindo.

Não obstante as limitações destes grandes artistas na esfera do violão clássico, eles estabeleceram uma relação próxima e estrearam algumas obras do compositor que mais se esforçou em enfraquecer as barreiras entre a música clássica e a música popular de qualidade: Radamés Gnatalli (1906-1988), que assim tornou-se o autor da obra violonística mais significativa e numerosa a partir dos anos 50, incluindo 5 concertos para violão e orquestra (1952, 53, 55, 61 e 68). A advocacia de sua obra ministrada mais tarde por violonistas da esfera clássica estimulou-o a compor extensivamente e criar obras de considerável interesse, como a Brasiliana no.13, a Suíte, os 10 Estudos, os 3 Estudos de Concerto e Alma Brasileira; seu legado se estende à música de câmara com a suíte Retratos para 2 violões, a Sonatina para flauta e violão, uma Sonata para violoncelo e violão e outra para violoncelo e 2 violões, além de inúmeros arranjos que incluem o violão num contexto semi-orquestral. A obra de violão de Gnatalli traz todas as melhores qualidades e os mais evidentes problemas de sua produção como um todo: a excelente escrita instrumental, as inesperadas soluções harmônicas e o verdor da inspiração, mas também a notória falta de paciência com o acabamento e um caráter sonambulístico e quase-improvisatório que, sob um certo ponto de vista, pode ser uma qualidade. Depois de Villa-Lobos, a obra de violão de Gnatalli é a mais apreciada e freqüentemente tocada no exterior.

Por um lado, o rádio enfraqueceu as distinções de classe através do gosto musical e transformou-as numa massa indistinta chamada “ouvinte”, disposta a ouvir o violão sem preconceitos; em 1928, o interesse pelo instrumento é vasto o suficiente para o surgimento de uma revista, “O Violão”, no Rio de Janeiro. Por outro, ainda faltava uma metodologia que permitisse o surgimento de um número significativo de concertistas de violão que preenchessem um vazio só ocasionalmente quebrado por raras visitas de artistas internacionais como Regino Sainz de la Maza, Andrés Segovia (a partir de 1937) e Abel Carlevaro (nos anos 40).

O desenvolvimento desta metodologia veio com o uruguaio Isaías Sávio (1902-1977), que se estabeleceu em São Paulo nos anos 30. Sávio foi um concertista de modestos recursos, mas um devotado professor e autor de mais de 100 peças originais para violão, algumas das quais, como a Batucada das Cenas Brasileiras, perduram no repertório. Ele teve um papel considerável na promoção do violão dentro do establishment musical do país, publicou dezenas de métodos e arranjos, e formou gerações de violonistas que prontamente se estabeleceram como professores em outras capitais, com destaque para Antonio Rebello (1902-1965) no Rio de Janeiro. A Sávio também devemos a criação do curso oficial de violão nos conservatórios e, pouco antes de falecer, nas universidades. Ele teve a sensibilidade de não sufocar a natural vocação do violão brasileiro para o cross-over e, entre seus alunos, podemos contar tanto um Luís Bonfá ou um Toquinho quanto um Carlos Barbosa Lima.

A relação de Sávio com os compositores “sinfônicos” foi algo tímida; a instrução dos compositores custou a incorporar a técnica de escrita para violão – uma novidade que Segovia havia imposto a compositores como Ponce e Turina nos anos 20 -, o exemplo de Villa-Lobos provou-se um ideal alto demais para se alcançar, e a falta de seriedade com que se encarava o violão no início do século ainda criou reverberações nos anos 40 e 50. Some-se a isso o desfavor em que a estética nacionalista caiu após a revolução de 1964 e temos um desconfortável e algo vergonhoso hiato na incorporação da obra de Camargo Guarnieri, Lorenzo Fernandez e Francisco Mignone ao repertório internacional de violão.

Camargo Guarnieri (1907-1993) seria, levando-se em conta seu implacável artesanato e concisão, o compositor ideal para dar continuação ao fio condutor de Villa-Lobos, mas na prática isso não aconteceu. Ele se exasperava com as dificuldades de se escrever bem para o instrumento, e seu único Ponteio (1944, dedicado a Carlevaro) para violão não tem o mesmo carisma dos homônimos pianísticos. Seus 3 Estudos (no.1: 1958, nos. 2 e 3: 1982), apesar de extraordinários como composições, apresentam um caráter torturado e esotérico que apela somente aos intérpretes mais intelectualmente inclinados. As 2 Valsas-choro (1954, 1986) são obras bem mais simpáticas, mas, como de praxe em Guarnieri, a 2a delas ainda não está sequer editada. Lorenzo Fernandez (1897-1948) foi ainda menos generoso: deixou somente um pequeno Prelúdio (1942) de parco interesse e um arranjo da Velha Modinha (1938, original para piano como parte da Segunda Suite Brasileira) dedicado a Segovia, que freqüentemente é tocado como bis.

Se a contribuição destes compositores magnos de nosso nacionalismo é numericamente decepcionante, o mesmo não se pode dizer de Francisco Mignone (1897-1986). Suas primeiras tentativas de escrever para o violão foram bem modestas, mas em 1970 ele produziu a série de 12 Valsas, em todos os tons menores, e 12 Estudos que, sem manifestarem o ímpeto renovador de Villa-Lobos, ocupam uma posição quase tão alta quando a dele no repertório brasileiro pela precisão de escrita, inventividade no tratamento instrumental e variedade de expressão. Seu quase total desaparecimento do repertório internacional é um acidente de percurso, e nenhuma outra obra da escola nacionalista merece maior atenção. O mesmo deve ser dito do Concerto para violão e orquestra (1976), possivelmente a mais bem-concebida obra brasileira do gênero, mas que ainda não teve a chance de ser plenamente avaliada devido ao seu quase-ineditismo. Duas peças curtas, Canção Brasileira (1970) e Lenda Sertaneja (1982) completam um corpus de obras para violão de máximo interesse.

A paixão de Mignone pelo violão em seu último período criativo foi causada em grande parte pelos frutos colhidos da profissionalização do ensino de violão no país. Os anos 60 e 70 marcam não só uma extraordinária expansão do ensino do violão popular com o advento da bossa-nova, mas também a consolidação da carreira internacional de uma geração: Carlos Barbosa Lima (n.1944), Turíbio Santos (n.1940), Sérgio (n.1948) e Eduardo Abreu (n.1949), Sérgio (n.1952) e Odair Assad (n.1956) e, mas tarde, Marcelo Kayath (n.1964). A percepção do Brasil como o país do violão deve muito a estes dois eventos conjugados. O cenário nacional também se beneficiou desse arranque e uma nova geração de didatas se estabeleceu neste período, com destaque para Henrique Pinto (n.1941) e Jodacil Damaceno (n.1929).

Junto com Isaías Sávio, estes violonistas foram o ponto de referência para toda uma geração de compositores nacionalistas que deixaram itens isolados de considerável interesse, como José Vieira Brandão (1911-2002) com o Mosaico, Walter Burle-Marx (1902-1991), autor de Bach-Rex e Homenagem a Villa-Lobos, Souza Lima (1898-1982) com seu Cortejo e Divertimento, e Lina Pires de Campos (1918-2003), autora de 4 Prelúdios e Ponteio e Toccatina. Três compositores já falecidos merecem uma menção particular pela sua importância dentro da vida musical brasileira: Cláudio Santoro (1919-1989), autor de um Estudo, um Prelúdio e da Fantasia Sul América; Theodoro Nogueira (1913-2002), autor de extensa obra que inclui 6 Brasilianas, 5 Valsas-Choro, 4 Serestas, 12 Improvisos e um Concertino para violão e orquestra; e César Guerra-Peixe (1914-1993) autor de 6 Breves, 10 Lúdicas, 4 Prelúdios e da primeira Sonata brasileira para violão, de 1969, uma obra extremamente engenhosa da sua fase nacionalista.

Os anos da ditadura militar provocaram uma dramática re-configuração da vida musical do país. A considerável repressão da liberdade de expressão forçou artistas e intelectuais a tomarem posições drásticas. Compositores de tendência governista não tiveram sucesso em persuadir as autoridades da necessidade de um desenvolvimento contínuo da educação musical, e tiveram de responder por isso depois da abertura nos anos 80. Uma maioria de compositores opostos ao regime refugiou-se na rotina do ensino universitário e, seguindo o modelo americano, cristalizou um sistema de ensino acadêmico que prescinde da atuação no dia-a-dia do compositor profissional e encoraja o surgimento de “processos’ composicionais que muitas vezes só podem ser decodificados por colegas. Ao mesmo tempo, a participação ativa dos cantores/compositores de MPB no processo de abertura política relegou os compositores clássicos a uma posição secundária dentro do meio cultural e a um recrudescimento do interesse da imprensa pela produção de concerto, uma situação que não parece passível de reversão num futuro próximo.

O violão, como um natural mediador, no Brasil, entre o universo da música clássica e da popular, encontrou-se subitamente numa posição privilegiada. Intérpretes como Barbosa Lima, Turíbio Santos e o duo Assad, inicialmente escolados na tradição clássica do violão, hoje atuam numa tênue linha divisória em que a fronteira entre o que é clássico e o que é música instrumental brasileira não é muito clara. Os compositores ativos criaram seus nichos estéticos, muitas vezes opostos, e foram seduzidos pela garantia de inclusão de suas obras para violão no repertório regular.

Os compositores de orientação pós-nacionalista que mais contribuíram para o repertório brasileiro são Marlos Nobre (n.1939) e Edino Krieger (n.1928). A obra de Marlos Nobre é extensa e de incalculável alcance artístico. Os Momentos I-IV, a Homenagem a Villa-Lobos, as Reminiscências, o Prólogo e Toccata, a Entrada e Tango, as Rememórias e o Concerto para 2 violões e orquestra cobrem 30 anos de produção artística, atestam sua imaginação poderosa e o colocam como um verdadeiro herdeiro de Villa-Lobos, em sua escrita detalhada, robusta realização instrumental e perfeito equilíbrio entre a cor local e as necessidades de um argumento formal de maiores proporções. A considerável dificuldade técnica de suas obras tem se mostrado um fator inibidor, e Nobre é, num plano internacional, mais respeitado que tocado, mas este é um fator que deve ser superado em favor de obras de qualidade superlativa que merecem atenção incondicional. Já Edino Krieger obteve considerável sucesso com sua Ritmata de 1974, e suas obras mais recentes, Passacaglia in Memoriam Fred Schneiter e seu Concerto para 2 violões e orquestra parecem prontas a seguir o mesmo caminho. Um compositor de produção mais mirrada, mas de sumo interesse, é Osvaldo Lacerda (n.1927), autor de três encantadoras peças, Moda Paulista, Ponteio e Valsa Choro. Um item isolado de Ronaldo Miranda (1941), Appassionata, tem merecido uma calorosa acolhida internacional; a Sonatina de José Alberto Kaplan (n.1935) e a peça de mesmo título de Sérgio Vasconcelos Corrêa (n.1934), também autor de um Concerto, demonstram grande profissionalismo de fatura.

A produção dos compositores independentes, seguindo a esfera de interesse dos intérpretes a quem é dirigida, cobre um amplo espectro de possibilidades estéticas. Almeida Prado (n.1943) realizou experimentos com a sonoridade, comparáveis às suas Cartas Celestes para piano, em Livre pour Six Cordes e Portrait de Dagoberto, dedicado ao violonista paulista radicado na Suíça, Dagoberto Linhares, mas sua Sonata oscila entre uma energia prokofieviana e um nacionalismo desbragado. Outro prolífico compositor de música para violão é Ricardo Tacuchian (n.1939), cuja produção pende entre o nacionalismo urbano da Série Rio de Janeiro e da Imagem Carioca para 4 violões e o experimentalismo sonoro das duas Lúdicas e dos dois Impulsos para dois violões. A exploração de técnicas pouco convencionais encontra em Sighs de Jorge Antunes (n.1942) e no Estudo no.1 para violão e narrador de Rodolfo Coelho de Souza (n.1952) o seu canal de vasão. A polissemia produziu ao menos uma obra de interesse permanente, Que Trata de España de Willy Corrêa de Oliveira (n.1938).

A proliferação de concertistas de atuação local e as óbvias vantagens da colaboração entre eles e compositores ainda não plenamente estabelecidos têm criado espaço para uma atividade extensa, frenética e difícil de avaliar, mas eu apontaria os nomes de quatro compositores nascidos depois de 1960 que apresentam todas as condições para uma plena aceitação no repertório internacional: Alexandre de Faria (n.1972), cuja Entoada foi agraciada com o primeiro prêmio no Concurso Internacional “Andrés Segovia” de composição em 1997, e que desde então tem escrito obras de extrema intensidade teatral, que absorvem alguns elementos do minimalismo, informadas por um raciocínio harmônico personalíssimo e de total intransigência de expressão: o Prelúdio no.1 “Olhos de uma Lembrança” e no.2 “Death of Desire”, além de dois concertos para violão e orquestra, o segundo dos quais, “Mikulov” , foi estreado com sucesso sem precedentes na República Tcheca; Artur Kampela (n.1960), cujas Danças Percussivas, também premiadas num concurso internacional na Venezuela, incorporam elementos de modulação rítimica; Alexandre Eisenberg (n.1966), autor de ambiciosos projetos formais de caráter mais tradicional como o Prelúdio, Coral e Fuga e a Pentalogia; e Marcus Siqueira (n.1974), dono de um refinado ouvido para colorido instrumental, que é ilustrado pelo Impromptu Fragile, Impromptu Móbile e Elegia e Vivo; seu concerto para violão, harpa, celeste e 2 orquestras de câmara Hoquetus, Ecos, Espelhos ainda aguarda estréia. Há também autores de itens isolados de alta qualidade, como Mikhail Malt (n.1957) e seu Lambda 3.99 para violão e sons gerados por computador; Achille Picchi (b.1957), de feição algo mais convencional e bartokiana, com seu Prelúdio, Valsa e Finale e 3 Momentos Poéticos para violão e orquestra; Harry Crowl (n.1958), de genuína erudição, autor de Assimetrias; e Roberto Victorio (n.1959), com seu Tetraktis e um Concerto para violão, flauta e orquestra. Todos estes compositores, com a provável exceção de Faria e Eisenberg, têm de conviver com a nova ordem: dificuldades para publicação, distribuição e registro fonográfico destas obras levam-nos à tábua de salvação das universidades e das sociedades e festivais de música contemporânea; uma aceitação menos circunscrita à sua área de atuação será obra do acaso e do interesse continuado dos intérpretes.

Mais afortunados são aqueles que transitam na tênue linha entre o clássico, o jazz e o instrumental brasileiro. No mundo, e cada vez mais no Brasil, hoje, há uma verdadeira indústria de sociedades, festivais, editoras e companhias discográficas dedicadas exclusivamente ao violão “clássico”, e entenda-se por clássico não uma categorização estética, mas tão somente de técnica instrumental. Uma parcela significativa do público para estes eventos e produtos carece de uma ampla cultura musical e certamente não dispõe de elementos para uma apreciação crítica da produção contemporânea; normalmente são estudantes ou amadores sérios que travaram seu primeiro contato com o violão através do pop ou do jazz. O perfil deste púbico determina a aceitação internacional de compositores-violonistas como Sérgio Assad (n.1952) que, além de ser um dos integrantes do renomado duo Assad, tem intensificado sua produção nos últimos 15 anos; obras como Aquarelle, sua Sonata, a série de Jobinianas, e várias peças para duo de violões como Vitória Régia, Pinote e Recife dos Corais já fazem parte do repertório regular de estudantes do mundo todo. A extensa, variada e instrumentalmente eficiente obra de Paulo Porto Alegre (n.1956), Daniel Wolff (n.1967) e Maurício Orosco (n.1976) parece destinada ao mesmo êxito.

O traço que distingue estes compositores daqueles chamados violonistas “populares” é uma evidente ambição formal decorrente de sua atividade como concertistas. Compositores-violonistas cuja principal atuação é na área dos shows amplificados ou como acompanhantes de cantores ou solistas de jazz tendem a se encarar como herdeiros da tradição de Canhoto, Garoto, Dilermando Reis ou Baden Powell, e suas obras são, conseqüentemente, restritas às formas de canção e dança, o que não as impede de serem adotadas amplamente como material de concerto mundo afora. Êxito incondicional tem obtido a obra de Paulo Bellinati (n.1950), cujo Jongo já foi gravado pelos mais destacados solistas internacionais e que já produziu centenas de obras na mesma veia, mas Marco Pereira (n.1955), Celso Machado (n.1953) e Guinga (n.1950) também têm uma ampla base de admiradores.

Um caso singular encontramos em Egberto Gismonti (n.1944), celebrado internacionalmente como um dos maiores instrumentistas do jazz contemporâneo, mas cujas obras Central Guitar e Variations: Hommage à Webern se alinham à produção experimental de concerto.


BIBLIOGRAFIA

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AZEVEDO, Luiz Heitor Corrêa de. 150 anos de música no Brasil. Rio de Janeiro: José Olympio, 1956.
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FRANÇA, Eurico Nogueira. Lorenzo Fernandez, compositor brasileiro. Rio de Janeiro, 1950.
KIEFER, Bruno. História da Música no Brasil, vol.1. Porto Alegre: Editora Movimento/SEC-RS/MEC, 1976.
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NEVES, José Maria. Música brasileira contemporânea. São Paulo: Editora Ricordi, 1981.
PEPPERCORN, Lisa. Villa-Lobos, the music. London: Khan & Averill, 1990.
SANTOS, Turíbio. Heitor Villa-Lobos e o violão. Rio de Janeiro: Museu Villa-Lobos, 1975.
SUMMERFIELD, Maurice J., The Classical Guitar, its evolution, players and personalities since 1800, 5a ed. Blaydon-on-Tyne: Ashley Mark, 2002.
TARASTI, Eero. Heitor Villa-Lobos, the life and works. London: McFarland, 1995.
TINHORÃO, José Ramos, História Social da Música Popular Brasileira, São Paulo: 34, 1998
TONI, Flávia. Mário de Andrade e Villa-Lobos. São Paulo: Centro Cultural São Paulo, 1987.
VERHAALEN, Marion. Camargo Guarnieri Expressões de Uma Vida. São Paulo, EDUSP, 2001.
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Enciclopédia da Música Brasileira. 2a ed. São Paulo, Art Editora Ltda., 1998.


Artigos:

CASTAGNA, Paulo e ANTUNES, Gilson, O Violão Brasileiro já é uma Arte in Ver. Cultura Vozes, nº 1, jan/fev/1994, p. 37.
SANT'ANA, Cláudio, O Violão em São Paulo in Violão Mandrião, www.violaomandriao.mus.br, s/d
SIMÕES, Ronoel, O Violão em São Paulo in Violões & Mestres, Direção Nelson Martins Cruz, n° 7, vol II, p. 25.
WANDERLEY, Saulo, O dia em que o violão deixou de ser bandido in www.cafemusic.com, 1998.

sexta-feira, 26 de novembro de 2010

Encontro de Orquestras de Violões e recital de Francisco Araújo em Votorantim

Audição de alunos de violão do Projeto Mais Cultura

Alunos avançados do curso de violão do Projeto Mais Cultura, fizeram uma amostra do conteúdo aprendido nas aulas no dia 23/11/2010. A audição (nome do evento que caracteriza esse tipo de apresentação) sob coordenação do Professor José Marcos ocorreu no Auditório Pedro Salomão, que teve ao final apresentação da Orquestra de Violões de Sorocaba.


No dia 09/12/2010 no Parque dos Espanhóis, e dia 16/12/2010 no Auditório Pedro Salomão, haverão novas audições, agora dos alunos Iniciantes 1 e 2 das Casa do Cidadão, Palacete Scarpa, e Parque dos Espanhóis sob coordenação do Professor Antonio Henrique, e ao final, nova apresentação com a Orquestra de Violões de Sorocaba.

quinta-feira, 9 de setembro de 2010

Dicas para comprar seu instrumento

Não será muito exagero dizer que num instrumento X, para se chegar a um determinado nível, seria necessário cerca de 6 anos de estudo, e muita... mas muita dedicação e gostar demais de estudar música. Entretanto num instrumento Y, esse mesmo resultado poderia ser alcançado em menos de 2 anos, sem muito esforço, e sem se dedicar tanto, pois o instrumento facilita. Então pode-se afirmar que o bom instrumento é sem dúvida um acelerador no estudo da música, e para essa modalidade de mercado, não funciona a máxima "Vou comprar o mais barato... para começar serve!". Conforme o caso, o ideal é esperar um tempo antes de adquirir o instrumento, e ir estudando solfejo, história da música, assistindo concertos, enquanto faz às aulas até comprar um bom instrumento.

Passando por essa reflexão inicial, vamos às dicas:

Independentemente se é fabricado em série ou artesanalmente, se é de fabricação recente ou de mais de 50 anos, se é usado ou novo, se é de marca conhecida ou não, para comprar um violão clássico é preciso que se observe algumas recomendações:

*Mesmo que seja para utilização em apartamento após as 22h00, precisa ter um mínimo de volume para se escutar, sem depender de recursos eletrônicos.

*Precisa ter um bom timbre, ainda que o instrumento não tenha grande volume (no que se refere a relação entre duração do som, e definição de notas; o som individual de cada corda seja ela solta, ou presa, precisa ser "cantábile", durável e claro, longo e nítido)

* Quando as cordas são presas, a afinação por conta de temperamento é aproximada, contudo, que sejam mínimos os problemas de quintas, oitavas e de uníssonos - isso se o encordoamento for de boa qualidade

*O instrumento precisa ser construído de forma, que se bem conservado pelo proprietário e mantidas as regulagens e manutenções, o instrumento possa ter uma vida de N anos.

* O instrumento precisa ter um projeto, uma planta, um livro de receitas, uma padronização em constante revisão, e sem margem de erros, com materiais bem selecionados que possa facilitar o bom acabamento e regulagem para o usuário final (Por exemplo, infelizmente, em escala feita estreita demais, o proprietário que precisar trocar algum traste tem que trocar a madeira da escala por conta das "farpas" dos trastes quando esses saem). Madeiras verdes ou secas inconstantes são proibidas na construção de instrumentos, por culpa dessas temos que gastar dinheiro para mandar aos luthiers aparar as arestas dos trastes que são verdadeiras lanças só que em menor proporção.

*Exceto tarraxas, violão clássico não tem parafusos.

*Violão precisa ser por inteiro, arredondado. Redondo não, arredondado. Desde arestas da caixa até tarraxas. Toda a extremidade tem que estar arredondada. Mesmo as tarraxas, até essas tem que ser arredondadas em suas extremidades. A crítica, não é em relação ao modelo, ou desenho, tanto que poderia ser triangular... desde que as pontas sejam arredondadas.

*A distância entre cordas e escala, tem que ser mínima (principalmente na região do capotraste), contanto que não haja trastejamento, ou seja que as cordas não batam (vibrem) contra os trastes que não estão sendo utilizados.

*Precisa ter retorno financeiro, caso o instrumento precise ser vendido (ou seja, a relação marca x qualidade do instrumento tem que apresentar vantagens em curto e longo prazo, tendo que ter mais valorização do que depreciação). Conforme a situação econômica, no mercado especializado da música, o instrumento que tem no mínimo as características aqui descritas tem uma mensuração mais fácil. Um instrumento que não tem tais características, a revenda quando usado é mais difícil, pois não tem valor no mercado especializado não sendo considerado instrumento musical dentro da finalidade para que é proposto o violão (cordas dedilhadas). Mesmo os leigos e iniciantes sem orientação, preferem comprar instrumentos novos e (baratos)devido à facilidade de crédito na compra. (Conheço instituições que compraram instrumentos baratíssimos pensando na quantidade para oferecer aos alunos, sendo que logo que depois que excedeu o tempo de garantia, o instrumento empenou, ou saiu o cavalete. Uma economia ilusória, pois se compra mais barato hoje, vai gastar muito dinheiro amanhã com consertos, ou até a perda do instrumento)

*Poupança é um hábito que precisa ser incorporado à rotina de qualquer pessoa, em qualquer fase da vida. Se houver inteligência e criatividade, até o indigente consegue mudar de situação. Se a criatividade é substituída por "não posso" ou "muito caro", ou outras desculpas, nunca se conseguirá sair de onde está, ou se sair apenas pouca coisa mudará. Aliás, poupança tem que ser feito com planejamento seja ele definido ou não. Depois que analisar as recomendações e decidir por comprar um violão numa data definida, faça um cálculo de quanto terá de conseguir por mês. Caso contrário, vá guardando dinheiro. Quando chegar a hora de comprar seu instrumento, ele estará lá especificamente para isso. Os instrumentos musicais são muito baratos em relação a tantas outras coisas, e trazem inúmeros benefícios para quem os executa, mas por ignorância cultural e social, são considerados caros e inúteis. No caso do violão, são raríssimas exceções ao ditado "O barato sai caro", portanto planeje a compra do instrumento em conjunto com cônjuges, pais, professores, pois quão melhores forem as características do instrumento, melhores serão suas aulas, maior seu aprendizado. Em música não há instrumentos bons para profissionais, como se os profissionais fossem melhores músicos. Também na música, há profissionais diplomados, mas que são ignorantes; profissionais medíocres, e profissionais competentes. O bom instrumento, é uma lupa para se enxergar melhor, um avião para se chegar mais rápido. Um instrumento ruim, é areia nos olhos, é atravessar o oceano a nado.

Procure auxílio de seu professor ele poderá indicar um instrumento que poderá ajudar enormemente sua "decolagem", ou ajudar a ampliar (lupa) sua visão musical.


Antonio Henrique P. Bueno

terça-feira, 31 de agosto de 2010

Orquestra de Violões no Twitter

Agora, além do perfil e comunidade no Orkut, a Orquestra de Violões de Sorocaba através do Curso de violão do Programa Mais Cultura também passa a contar com Twitter.
http://twitter.com/violoessorocaba

sexta-feira, 6 de agosto de 2010

Henrique Pinto

Site oficial do violonista professor Henrique Pinto:
http://www.henriquepinto.com/index.html

Irmãos Assad em Tatuí

Uma consolação para aqueles que não estiveram presentes nos dias 4 e 5 de agosto de 2010 na cidade vizinha Tatuí, ocasião em que o premiadíssimo e renomado Duo Assad esteve presente no Conservatório situado naquela cidade dando aula e se apresentando em concerto.
Vale a pena conferir!
http://www.youtube.com/user/violoesdesorocaba?feature=mhw5#p/f/24/n60V6ukmJog
http://www.assadbrothers.com/

terça-feira, 27 de julho de 2010

Alteração de Horários - Curso de Violão

Atenção:

Houve modificação de dias e horários nas turmas de violão com o Professor Antonio Henrique
A partir do dia 2 de agosto, conforme combinado em classe, todas as turmas com esse professor terão seu horário modificado e ampliado visando a inserção de um treinamento elementar musical opcional àqueles que assim desejarem. No treinamento elementar, serão abordados assuntos tais como solfejos, percepção musical, e estudo dos aspectos ritmico, melódico e combinado, intervalos e noções sobre harmonia.

Palacete Scarpa
Segunda Feira 09h passa a ser - Sexta Feira das 9h15 as 10h00 e 10h10 as 11h05
Segunda Feira 10h passa a ser - Sexta Feira 9h15 as 10h00 e 10h10 as 11h05
Segunda Feira 13h passa a ser - Segunda Feira 15h00 as 15h45 e 15h55 as 16h40
Quinta Feira 16h passa a ser - Segunda Feira 15h00 as 15h45 e 15h55 as 16h40



Parque dos Espanhóis
Terça Feira 13h passa a ser - Sexta Feira 13h00 as 13h45 e 13h55 as 14h45
Terça Feira 14h passa a ser - Sexta Feira 13h00 as 13h45 e 13h55 as 14h45


Antonio Henrique Bueno, é aluno do Maestro Pedro Cameron e Cadmo Fausto, e frequentou cursos de Flauta Doce, Oboé, Canto, violão e regência por aulas particulares, festivais, Universidade Livre de Música Tom Jobim e Conservatório de Tatuí.

terça-feira, 18 de maio de 2010

Fenômeno de amadurecimento e adaptação do violão ao tipo de toque

Como sabemos a forma como você toca faz o violão vibrar de determinada forma. Quando você produz um som doce, por exemplo, o violão está vibrando de determinada maneira. Quando você produz um som estridente, de outra. Daí, juntamos esse fator essencial, com o amadurecimento do instrumento.

O que é o amadurecimento do violão?
Basicamente, processo de secagem da madeira, acomodação das tensões internas de colagem e cristalização do verniz. Na secagem da madeira, temos um processo contínuo de perda de umidade. Existe aquela umidade entre as células (intercelular), que sai rapidamente, e aquela umidade proveniente da água dentro das células (intracelular), que demora muito mais pra sair. A medida que o tempo passa, a água intracelular vai saindo, fazendo com que a madeira tenha cada vez mais células "ocas" que ressoam mais. Além disso, nesse processo de saída da água, a madeira se mexe, encolhe, se torce, mudando a forma de tensão interna do violão. Essa água pode sair primeiro de certas regiões, e em outras ainda permanecer mais tempo, fazendo com que o a madeira vá se alterando de forma bem peculiar de acordo com que regiões ficam secas ou úmidas. E a forma como isso se dá nos primeiros anos, determina muito como a madeira vai ficar no futuro. Na acomodação das tensões de colagem, temos um processo em que as madeiras são submetidas a um certo esforço, ao serem dobradas, coladas, encaixadas... Com o passar do tempo, esse tensionamento tende a diminuir, com a madeira cedendo em certos pontos, o tampo abaulando, as juntas coladas folgando um pouquinho. O violão vai mudando estruturalmente. Na cristalização do verniz, ele vai perdendo umidade, e ficando mais sólido, e nesse processo, vai também se entremesclando mais com a madeira. É até visível num violão depois de alguns anos que os veios da madeira que antes não apareciam passam a aparecer. Esse processo vai alterando muito a sonoridade, também.
Isso posto, juntando esses fatores, veremos que ao tocar, nós conduzimos, de certa forma, as vibrações do violão. E quando o violão vibra de certa forma, todo o processo de secagem, relaxamento e cristalização descritos acima ocorre influenciado por essa vibração. Se determinada vibração favorece certo tipo de sonoridade, e você sempre busca essa sonoridade ao tocar, é natural que o amadurecimento do violão acabe acontecendo de forma a favorecer isso. A água vai secar primeiro naquela região que vibra,, a tensão vai relaxar primeiro ali, e provavelmente a cristalização do verniz também ocorrerá ali de forma mais acentuada. A vibração muda a ordem natural que as coisas aconteceriam. Isso posto, o que um violão ganhou, não se perde completamente. Um violão maduro, de 50 anos, nunca vai soar como um violão novo, por mais tempo que fique parado. Ele já não tem a mesma umidade dentro da madeira, a cola já relaxou, o tampo já abaulou, o verniz já está cristalizado... O que pode acontecer é ele ficar muito tempo parado e a madeira ficar menos flexível, por se acostumar a ficar parada, as junções enrijecerem um pouco, e a umidade ficar contida dentro do estojo e acabar, por osmose, se homogeneizando ao longo das células da madeira. Mas, ao tocar ele novamente, ele volta rapidamente. Talvez, esse tempo parado tenha acabado por determinar alguma mudança determinante no instrumento, mas isso pode ter pouca dimensão, se o violão já é maduro.

Enfim, é a minha visão sobre esse fenômeno de amadurecimento e adaptação do violão ao tipo de toque do dono.

(texto extraído do fórum http://www.violao.org/)
by Samuel Huh
http://www.guitanda.com/

sexta-feira, 9 de abril de 2010

Abaixo assinado para melhorias no transporte coletivo de Sorocaba

Só porque foi comentado nas últimas postagens sobre o violonista no transporte coletivo, estão passando nas ruas e nos terminais um abaixo assinado em prol de melhorias no transporte coletivo de Sorocaba. Que possamos fazer nossa parte como cidadãos reivindicando nossos direitos por um transporte público decente, e com a qualidade de um transporte individual para que possamos nos preocupar menos com nossas ferramentas musicais.

Transporte dos instrumentos

Com a proteção escolhida, e com os cuidados básicos, chega a hora de levar o instrumento para a aula, ou para apresentação. Para viagens longas, novas precauções devem ser tomadas, como a contratação de um seguro contra perdas e danos no instrumento. Isso é altamente recomendável, não apenas para viagens, mas para pequenas distâncias. Quem pode garantir que um motorista não entre na traseira do veículo em que o violonista está, e que deixou seu instrumento justamente no bagageiro? O motorista desatento vai dar um jeito de pagar somente os estragos causados no carro, e não no instrumento. Num ônibus urbano: Algumas cidades os músicos são muito bem queridos, sendo oferecidas poltronas para que possam se acomodar. Em outras, o motorista não permite que o músico entre com instrumento para não incomodar os demais passageiros com sua bagagem. Digamos que numa cidade qualquer o violonista ao entrar no ônibus, tem a si e a seu instrumento lançados para trás após uma arrancada do motorista. Se não estiver numa proteção adequada, as desculpas do motorista não farão a empresa pagar os estragos no instrumento. Outra situação, é dentro do ônibus o crescente número de crianças curiosas, rebeldes e bagunceiras que devido a um momento de raiva por seus responsáveis a terem privado de algo, acabam por assim dizer lançando de um caloroso tapa ou chute na primeira coisa que lhes vem pela frente. às vezes, vem desculpas dos tutores acompanhadas de beliscões no aprontão... outras nem isso... atiçando no violonista uma "expressão facial profunda de jovialidade" para com a criança.

Portanto, eu ratifico: Proteção para o instrumento nunca é demais... paciência e bom senso também

Tipos de construção e proteção para os violões

Existem violões que são fabricados com finas folhas prensadas de madeira, outros são feitos de peças inteiras (maciças)de madeiras, e outros são feitos de pasta de madeira (miúdos de madeira picada). Conforme a opção de fabricação dos instrumentos, o modo como construído, e de qual material utilizado, implica na sonoridade do instrumento, e também na sensibilidade ao ambiente. Em violão, o ditado "os melhores perfumes estão nos menores frascos, pode ser adaptado para: "os melhores violões são os mais delicados, mais sensíveis e mais fáceis de se quebrar ou estragar" enquanto que os violões de menor sonoridade e timbre mais pobre são os mais resistentes (em relação àqueles), contudo não inquebráveis. O consenso é que tanto os violões mais frágeis como os mais resistentes precisam de cuidados especiais para conservação. O ideal é que todos os instrumentos musicais ao serem vendidos viessem com Hardcases (estojos de madeira) ou Softcases  (estojos de borracha sintética e nylon), ou ao menos com um bolsa ou bag mas muitos não vem nem com aquelas capas chamadas "guarda-pó". As capas de napa guarda pó e os bags simples, servem para isolar o instrumento da poeira, mas são ineficazes contra quedas e batidas. Já os hardcases e softcases (chamados também de semicases)são a proteção ideal, apesar do incômodo pelas dimensões e peso dos mesmos. O sistema preferido dos estudantes, é o softcase, pois acomoda bem o instrumento, é resistente, impermeável, e é de fácil transporte devido a suas alças e material acolchoado que minimiza problemas de saúde como dores nas mãos, ombros entre outros. É o melhor para se andar en transporte público, e até de bicicleta. O hardcase é ainda melhor para o instrumento, até porque em ônibus, os passageiros costumam "chutar" ou "bater" no instrumento, entretanto para longas caminhadas ele se torna um incômodo e um possível problema de LER para o violonista.



O Hardcase a direita e o Softcase (também chamados de hardbags) à esquerda:


Mas atenção! Como dito anteriormente, essas proteções apenas minimizam efeitos de acidentes. Todo cuidado adicional será de suma importância, como por exemplo, nunca deixar o violão dentro do carro (a não ser que o hardcase ou softcase seja antitérmico)sob risco do calor estragar o instrumento; sempre passar flanela seca sobre as cordas após o uso; evitar mudanças bruscas de temperatura, já que em caso contrário poderá aparecer trincas no instrumento, principalmente os de madeira maciça.

quarta-feira, 7 de abril de 2010

Estudando violão através dos programas da Rádio Cultura com Fábio Zanon

Ao lado esquerdo já há o link para os programas da rádio Cultura "Violão com Fábio Zanon". Contudo, fica reforçado com esta postagem, a importância de se ouvir os programas para aprendizagem da história dos compositores, e dos intérpretes do instrumento, tanto para os que estão iniciando como para aqueles que já estão há mais tempo estudando, inclusive os integrantes da Orquestra de Violões.
Bom proveito!
http://aadv.110mb.com/
http://vcfz.blogspot.com/2006/03/ndice-o-violo-espanhol.html
http://vcfz.blogspot.com/

O Artista da construção artesanal de violões - O luthier

Nesta reportagem da TV Record, é mostrado um pouco dos afazeres de Suguyama, grande luthier que tem como alguns de seus clientes, o Maestro Pedro Cameron, Turíbio Santos entre outros. Seus violões são tão conceituados, que chegam a custar R$20.000 praticamente o preço de um automóvel.
Segue abaixo o link:
http://www.youtube.com/watch?v=H7CLAv1uJAU&feature=related

Ex-concertista e agora luthier Sérgio Abreu

http://www.youtube.com/watch?v=azxzd5mT898

Centenário da Fabricante de Violões Di Giorgio

Abaixo, segue link para vídeo do Programa Pequenas Empresas, Grandes Negócios que entrevista o Presidente da Di Giorgio sobre a tradição da empresa, as mudanças econômicas e a interferência dessas na construção e comércio de violões clássicos no mundo. Vale a pena assistir:
http://www.youtube.com/watch?v=7gnSWVCKTdU

quarta-feira, 17 de março de 2010

Luto por nosso colega

A Orquestra de Violões está enlutada por nosso colega José Marques que foi aluno do Professor Pedro Cameron no Conservatório de Tatuí e Espaço Cultural Municipal. Aos familiares, nossos sentimentos.

terça-feira, 16 de março de 2010

Músicos: Os Ilusionistas do som

Quem é que já não se encantou ao assistir uma apresentação de "mágica", ou de ilusionismo, e ficar se perguntando: "Nossa! Como ele fez isso?!" O profissional desse espetáculo,  chamado mágico, combina vários materiais, explora seus instrumentos de trabalho mas não é em qualquer lugar não, e nem todas as mágicas de uma vez. É tudo planejado, combinado. Será um repertório de mágicas populares, ou de mágicas da corte de Alexandre Magno? Tem um roteiro a ser elaborado. Um espetáculo é como uma guloseima, um prêmio... e já que estamos falando de Mágica... tem que ser supreendente, mesmo que os truques sejam conhecidos. O que pode ser surpresa pra um, para outro não é, e por isso tem que ser surpreendente. O mágico quando prepara suas mágicas, estuda o ambiente que ele se apresentará, o tipo de público que o assistirá, e o material que ele poderá levar para desenvolvimento do seu trabalho.

Não consigo imaginar outra comparação até o momento, de um outro artista que faça a mesma coisa, mas através do som como os músicos, e especificamente aqui... os violonistas. Combinar texturas das cordas, ambientes, jeito de tocar com unha ou sem unha... enfim, o violonista é um mágico do som. E não é qualquer som a bel prazer. É um som dentro de um roteiro, e para cada contexto um roteiro. Há varios roteiros dentro de roteiros, que no caso do violonista é a música. Aliás... releia a primeira parte do texto novamente, e substitua as palavras magica, magico por... Música...musico....

by Antonio Henrique

A História pela Música - Instrumentos precursores do violão e da viola

A série Instrumento com Estilo foi produzida pela Fundação Cultural de Curitiba em parceria com a TV Lúmen. Segue os vídeos sobre o Alaúde, Tiorba, e Guitarra Barroca

A História pela Música

Pelos vídeos podemos reconstruir como eram os ambientes, onde talvez fossem apresentadas as peças musicais. Neste vídeo veremos a vihuela antecessora do atual violão, numa função de embelezar e complementar a parte cantada.